Resumo:
A primeira das FADAS foi descoberta em 1989 de uma forma inesperada. Pesquisadores da Universidade de Minnesota, testavam uma câmera CCD com alta sensibilidade luminosa para observação de estrelas quando observaram emissões de luz no céu, acima de uma nuvem de tempestade a aproximadamente 250 km de distância, abaixo da linha do horizonte. Mais tarde denominados Sprites, esses fenômenos são um dos tipos de plasmas híbridos atmosférico-espaciais de curta duração e baixa luminosidade, os Eventos Luminosos Transientes (ELTs). Juntamente com as Emissões de Alta Energia de Tempestades (ALETs), que são radiação dura, eles formam o conjunto de EFeitos Sinalizadores do Acoplamento EletroDinâmico Atmosférico e ESpacial (FADAS), quem evidenciam o acoplamento de todas as camadas atmosféricas, neutras e ionizadas (ionosfera e magnetosfera), entre si e com a região do espaço próximo à Terra. Os ELTs mais conhecidos são denominados sprites, halos, elves, jatos azuis e jatos gigantes. E as ALETs medidas até então são raios gama, raios X, feixe de nêutrons e pares elétron-pósitrons. De forma ainda não totalmente compreendida, os campos elétricos de relâmpagos e de nuvens de tempestade formam um acelerador de partículas natural na atmosfera do nosso planeta capaz de acelerar elétrons a velocidades relativísticas dando origem a emissões com energias comparáveis a explosão de uma estrela, ou seja, uma supernova. Esta palestra trará uma breve revisão do ambiente Terra-Espaço, com a estrutura das camadas atmosféricas neutras e ionizadas, da eletricidade atmosférica e o Circuito Elétrico Atmosférico Global, e de como todo esse sistema é acoplado eletrodinamicamente pelas FADAS. Também serão apresentados alguns resultados preliminares da última campanha com a Rede LEONA, para observação de FADAS em 2022, que teve como objetivo realizar observações simultâneas solo-espaço junto com um astronauta abordo da Estação Espacial Internacional.
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